domingo, 2 de maio de 2010


Estava lendo um texto da psicóloga Luciene Carrijo sobre o trabalho de acolhimento que faz aos grupos vulneráveis de pessoas que se encontram com problemas de ordem emocional, em diversos graus. Ultimamente tenho pensado muito nestes problemas e na freqüência com que tem acometido as pessoas, se não são em grau elevado e grave, aparecem em forma de desânimo, fobias, a ansiedade e outras doenças, que afetam a vida pessoal, social e familiar das pessoas.
E o fato é que ninguém esta imune as alteração de humor e comportamental na rotina de nossas atribuladas vidas, sempre encontro alguém com dificuldade de dormir, com falta de apetite, sem vontade de fazer nada, com muito sono, ficamos desmotivados para cumprir qualquer tarefa, não conseguimos enfrentar mesmo os obstáculos simples do dia a dia. Na verdade, nessas situações como numa depressão, ocorrem mudanças fisiológicas que predispõem sintomas semelhantes, como: sonolência, fraqueza, falta de ar, angústia, irritabilidade, dor de cabeça, tensão muscular, dificuldade de concentração, diz Luciene Carrijo.
E o que fazer para evitar que estes comportamentos viciantes e autodestrutivos tomem conta de nossa rotina? Será que conseguimos no primeiro sinal evitar que o quadro depressivo se instale? É impressionante como temos ao mesmo tempo o poder de autodestruição e o poderoso “Avatar” interno que nos retira do fundo e nos lança novamente a luta e com uma vontade incrível de viver intensamente.
É interessante esse poder de mudança. Alguém perde uma mão, uma perna em um acidente, tem diabetes, um câncer, uma úlcera, e aprende a conviver com aquilo. Muda hábitos, estuda possibilidades de continuar sendo produtivo, usa medicamentos, cadeira de rodas, braços e pernas mecânicos, todos os recursos disponíveis para prosseguir vivendo da maneira mais confortável possível.
Nesta ultima fase da minha doença, as coisas tem ficado mais difíceis e tenho encontrado dificuldade para lidar com situações que antes não me incomodavam, os obstáculos nunca me desanimaram, e os diagnósticos nunca me apavoraram, mas ultimamente tenho encontrado medo nas coisas, ansiedade nas complicações que vem aparecendo em decorrência das minhas incoerências da juventude, o depoimento de um homem viciado em drogas e álcool evidencia o que sinto atualmente... “Hoje minha vida não me pertence e ela se tornou preciosa demais. Eu quero ter a chance de viver tudo que me restar da maneira mais saudável que puder e talvez ter a oportunidade de viver um pouco mais esta mesma vida que desperdicei por tantos anos, porque achava que ela não tinha valor e que eu sofria demais. Hoje eu sofro demais e hoje dou valor à vida”. Estas palavras descrevem o que se sente quando tomamos atitudes impensadas e perdemos tempo precioso para viver intensamente as alegrias da vida, o sorriso dos filhos, o abraço dos pais, a risada com os amigos, o vento no rosto, a comida preferida, enfim , as alegrias da vida estão a disposição de todos, com ou sem limitações, doença, tragédia, depressão , não apagam estes momentos , podemos reinventá-los a partir de novas realidades mas jamais deixar de vivê-los.
Agora desliguem o PC, esqueçam a louça na pia ou o relatório a fazer, dê um beijo na esposa, uma cheirada no marido, sente no tapete com os pequenos, liguem pra avó, mãe e pai só pra dizer que os amam, façam um brigadeiro enorme e dividam com os amigos, esqueçam os compromissos de amanhã e curtam um momento simples e intensamente especial.

Beijo a todos!!!!

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